quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Possibilidade de bons negócios para todos

Foto: Angelo Pettinati/Jornal Pampulha

Não irão faltar oportunidades para os interessados em realizar a compra de um imóvel durante o "Salão Imobiliário BH 2010", evento que começa hoje e vai até o dia 19 de setembro, na Serraria Souza Pinto em Belo Horizonte.
Como explicam os organizadores e realizadores do evento, Amaury Sodré Júnior e Sérgio Dias (foto), milhares de opções imobiliárias estarão disponíveis para os visitantes nos quatro dias da feira. Além disso, também serão ofertadas linhas de crédito para a compra financiada. "O Banco do Brasil, um dos nossos patrocinadores e apoiadores, estará presente no evento e irá oferecer linhas de crédito para os interessados", revela Amaury Sodré.
Para o profissional, essa é uma oportunidade para que o Banco do Brasil se consolide neste mercado. "A entidade, que é forte no crédito agrícola e empresarial, pretende entrar fortemente no segmento imobiliário e se tornar um dos três maiores do pais neste segmento".
"Pretendemos proporcionar ao público do mercado imobiliário um evento que ofereça a possibilidade de divulgação institucional e promocional com a venda de imóveis. Para o visitante, é uma oportunidade de encontrar no mesmo espaço os melhores lançamentos imobiliários e imóveis avulsos, em condições promocionais", completa.
Fonte: Alessandra Mizher/Jornal Pampulha

Construir Minas

Foto: Divulgação

Esta semana, BH vai ser ponto de encontro de arquitetos, designers, decoradores, paisagistas, construtores e outros profissionais que integram a cadeia da construção e reforma, como lojistas, síndicos e administradores de condomínio.
A Construir Minas 2010 (Feira Internacional da Construção) está sendo realizada no Expominas até o dia 18 de setembro. O objetivo do evento é primeiramente criar uma interação entre os profissionais da área da construção civil com as empresas do setor, que terão estandes para apresentar as tendências do mercado.
Além disso, haverá em paralelo à feira o Minascon 2010. Trata-se de um evento unificado do setor com o objetivo de enriquecer e compartilhar os conhecimentos da área entre os interessados pela construção civil. A grade da programação do Minascon traz ciclo de debates, palestras, congressos e conferências sobre as técnicas, as tendências e as novas tecnologias do mercado.
A Construir Minas é promovida pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), por meio da Câmara da Indústria da Construção, com promoção e organização da Fagga Eventos e parceria da Tambasa Atacadista.
Os interessados podem obter mais informações no site do próprio evento: http://www.feiraconstruir.com.br/mg
Fonte: Jornal Hoje em Dia/Divulgação

Caixa entrega 160 mil imóveis pelo Minha Casa, Minha Vida

Foto: Jornal Extra/Divulgação

A Caixa Econômica Federal divulgou na última segunda-feira um balanço do “Minha Casa, Minha Vida” contabilizando 630.886 unidades contratadas no período de março de 2009, data de lançamento do programa habitacional, até setembro deste ano. Do total, 160.883 mil moradias - o correspondente a 25,5% dos contratos - já foram entregues. Destas, 39% foram destinadas a famílias com renda de até R$ 1.395 (o equivalente a três salários prontas, com 91.008 chaves entregues. Famílias com renda entre seis e dez salários (R$ 2.790 a R$ 4.650) receberam apenas 6.601 imóveis do programa.
Somente em 2010, foram fechados 355.358 contratos, que absorveram R$ 21,8 milhões em recursos. De acordo com a Caixa, 418.860 unidades ainda estão sendo analisadas. Caso 100% delas sejam contratadas até o fim do ano, o banco vai superar a meta estabelecida pelo governo de um milhão de unidades, com 1.044.276 contratos assinados.
Estado atinge só metade da meta prevista - Segundo os dados divulga¬dos pela Caixa, o Estado do Rio contratou 36.769 unida¬des por meio do programa “Minha casa, minha vida”, até o início de setembro des¬te ano, o que representa apenas 49,3% da meta esti¬pulada inicialmente pelo go¬verno, de 74.657 moradias.
Desde março de 2009, o banco investiu R$ 2.420 bi¬lhões do programa no esta¬do. Em 2010, foram R$ 776 milhões, com a assinatura de contratos para a construção 9.586 unidades.
A superintendente regional da Caixa no Rio, Nelma Tava¬res, afirmou que o fato de o estado ter contratado menos da metade das unidades pre¬vistas até agora não assusta, uma vez que o banco esperava um maior número de assina¬turas no segundo semestre.
Segundo Nelma, existem 60.136 unidades ainda em fa¬se de análise no banco, e a expectativa é contratar 100% delas, chegando a 96.905 mo¬radias até o fim do ano. Um número 30% superior ao pro¬gramado pelo governo.
Em 2010, a Caixa finan¬ciou 53.186 moradias no Rio, somando um investi¬mento de R$ 4.016 bilhões, valor 88% superior ao mes¬mo período de 2009.
Recorde de recursos - A Caixa Econômica Federal anunciou, on¬tem, um novo recorde de financiamentos habitacionais. Até setembro deste ano, o volume de recursos destinados para a compra da casa própria chegou a RS 47,6 bilhões, superando o montante emprestado em 2009, de R$ 47,05 bilhões. Na comparação com o mesmo período do ano passado, o crescimento chega a 87,6%.
Licenças para construir - A Secretaria Municipal de Urbanismo divulgou ontem que 18 mil unidades residenciais foram licenciadas na cidade no primeiro semestre de 2010, superando em 67% o mesmo período de 2009, com 11 mil novos imóveis. As construções não residenciais também aumentaram, superando em 141% as permissões do primeiro semestre de 2009.
Fonte: Jornal Extra/Divulgação

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Refúgios dentro de casa

Foto: Eduardo Almeida/RA Studio


Seja por razões financeiras, sensação de insegurança ou comodidade, há quem dispense as baladas e dê preferência a curtir seu cantinho, só ou muito bem acompanhado. Com várias opções disponíveis no mercado de produtos, sejam móveis, sejam eletroeletrônicos, atualmente é possível ter ótimos momentos em casa. Uma das profissionais que acreditam nessa possibilidade é a arquiteta Janaína Pacheco. Segundo ela, para isso, o espaço no lar deve estar preparado para oferecer ao morador o que ele julga mais apropriado para o seu bem-estar. “O tempo hoje é o mais precioso dos bens e as pessoas querem desfrutar dele com qualidade. E a arquitetura de interiores busca a materialização disso”, explica.
Para começar a transformar, é necessário levar em conta alguns critérios, de acordo com os hábitos e desejos dos moradores, como observa a arquiteta Fernanda Curi, da Curi Arquitetura. “A função que o morador pretende dar ao espaço, o tamanho do ambiente, a sensação que vai causar e quanto quer gastar com esse projeto também devem ser considerados”, acrescenta.
Além de conhecer o desejo do morador e seus hábitos, a arquiteta Fernanda Frascoli ressalta a importância de, a partir daí, avaliar a área destinada ao projeto. “É preciso, ainda, considerar sua integração com as demais áreas da casa e sua adequabilidade ao uso proposto”, observa.
Para quem gostou da ideia e quer, ele mesmo, fazer a mudança, uma das soluções mais modernas e baratas é a pintura. A versatilidade de opções agrada a todos os gostos e possibilita dar asas à criatividade, personalizando os ambientes da casa. “Hoje existem no mercado várias possibilidades nesse sentido: efeitos decorativos imitando tecidos e materiais como o aço inox, a madeira e as pedras naturais”, exemplifica Janaína.
Outra opção apontada por Fernanda Frascoli é reaproveitar o mobiliário com pequenas intervenções que o façam parecer novo. “A personalização está em alta. Um novo tecido para um sofá antigo, uma pintura mais ousada para uma cristaleira de família, enfim, tudo isso bem escolhido pode dar um charme especial e exclusivo à casa.” Além disso, ela diz que se pode investir em bons adornos, por um preço bem acessível. “Mas é preciso garimpar um pouco”, completa.
A arquiteta Fernanda Curi aponta que uma forte tendência atualmente é criar varandas (espaços) gourmets. “Para quem não quer gastar muito com equipamentos, pode ter o apoio da cozinha”, lembra. A grande disponibilidade de eletroeletrônicos no mercado também ajuda a criar ambientes aconchegantes e práticos. Uma das sugestões da arquiteta para compor o espaço gourmet são adegas climatizadas. “Além delas, mobiliários descontraídos, cores neutras e iluminação indireta”, acrescenta.
INVESTIMENTO
Espaço para refeições ao ar livre, ambiente para meditação, local para o café da tarde e cantinho para leitura são só alguns dos ambientes que podem ser especialmente criados para se divertir ou relaxar em casa. Para isso, alternativas simples e, muitas vezes, baratas não faltam. Poe exemplo, som ambiente e artigos que trazem conforto e um requinte especial, como velas e aromatizadores. Com tantas opções, é preciso cuidado para não exagerar na dose.
Para que isso não ocorra, Fernanda Curi sugere usar cores neutras nos elementos principais – piso, parede, cortina, móveis – e cores fortes e estampas nos detalhes. “Como em almofadas, adornos, uma poltrona ou uma mesa lateral e bancos. Assim fica mais difícil de errar”, diz.
Janaína Pacheco (foto) também aposta no emprego de cores neutras no mobiliário, ousando-se em algumas peças. “Outra dica é não encher os ambientes de móveis. Assim, os espaços tendem a ficar mais amplos e isso melhora a leitura do conceito decorativo da casa”, observa a arquiteta.
Acertar na escolha dos elementos de composição dos ambientes surte grandes efeitos. Para criar uma atmosfera relaxante, não precisa muito. Veja como alternativas simples aumentam o bem-estar de quem mora sozinho ou acompanhado.
Fonte: Júnia Letícia/Jornal Estado de Minas


sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Especulação na periferia

A pressa do governo em acelerar o Programa Minha Casa Minha Vida produz imóveis defeituosos, avaliações suspeitas e inflação no setor imobiliário
Foto: Anderson Schneider/ÉPOCA/Divulgação
A cozinheira Claricina Ribeiro Assis mora em Santo Antônio de Descoberto, Goiás, cidade do entorno do Distrito Federal que fica a 45 quilômetros de Brasília. Ela é uma das beneficiadas pelo Minha Casa Minha Vida, programa do governo federal que pretende facilitar a aquisição de moradia própria pela população mais pobre. Claricina tem sentimentos ambíguos sobre o programa. Ela se diz satisfeita por ter conseguido comprar sua casa. Mas, ao mesmo tempo, fica irritada com as condições do imóvel onde mora há quatro meses. “As paredes estão descascando”, diz Claricina. “Não tem luz nem água no banheiro. Todos os dias, eu tomo banho com água retirada de baldes, que encho na cozinha”. Claricina e os vizinhos reclamam também da falta de asfalto nas ruas do bairro Jardim Ana Beatriz. “Essa casa não vale os R$ 60 mil que dizem”, afirma.
Claricina paga prestações mensais de R$ 381, parte de um financiamento de 25 anos. Sua casa é uma entre as 600 mil habitações contratadas pelo Minha Casa Minha Vida. Uma das principais realizações do segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Minha Casa Minha Vida foi criado para reduzir o déficit de moradias para famílias com renda de até dez salários mínimos. Até agora, o governo gastou R$ 22,8 bilhões no Minha Casa e fez de tudo para acelerar o ritmo do programa, um dos trunfos eleitorais da candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff.
Pelas regras do Minha Casa, Minha Vida, as famílias que ganham até três salários mínimos pagam prestações de até 10% de sua renda, durante no máximo dez anos. Quem ganha entre três e dez mínimos recebe do governo um subsídio de R$ 17 mil ou R$ 23 mil, dependendo da região do país onde mora, para comprar sua casa. A partir de uma avaliação do imóvel feita por técnicos, a Caixa paga o valor à construtora da obra. Depois, desconta o subsídio de R$ 17 mil ou R$ 23 mil e financia o resto para o comprador. Assim, quem compra uma casa de R$ 50 mil paga apenas R$ 33 mil de financiamento.
Na periferia, o preço dos terrenos disparou e está difícil encontrar
interessados em vender
O programa é uma injeção direta de dinheiro público no mercado. Mas, como toda intervenção na economia, ela provoca efeitos nem sempre desejáveis. O dinheiro novo e a pressa do governo em atingir metas fizeram os preços de terrenos em áreas pobres disparar desde o ano passado. Na região de Santo Antônio do Descoberto, onde mora Claricina, um lote de aproximadamente 300 metros quadrados – ideal para construir imóveis para o programa – era vendido por R$ 2 mil há um ano. Hoje, custa cerca de R$ 12 mil – e está difícil encontrar quem quer vender. “A construção de casa popular é um negócio tão bom que até dono de supermercado está entrando e contratando a gente”, afirma o pedreiro José Nílton Lima, que trabalha para construtoras locais e não tem ficado sem serviço.
Há 3.256 empresas habilitadas a construir para o Minha Casa Minha Vida. Outras 943 têm propostas em avaliação pelo banco. A Caixa fecha, em média, 2.100 contratos por dia pelo programa. O corretor de imóveis Lênio Diniz Neto, que trabalha na região de Valparaíso, Goiás, no entorno de Brasília, partiu para o ramo da construção. “Levantei 18 casas na região, e todas foram vendidas”, diz Neto. “A lucratividade na construção da casa pode chegar a 100%. Que aplicação vai me render isso?”
O governo tem tido dificuldade de construir casas em grandes regiões metropolitanas, como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, por causa da escassez de terrenos. O preço de terrenos mais adequados para projetos do Minha Casa Minha Vida subiu tanto que torna a construção inviável em alguns lugares. Na periferia de São Paulo, o preço do metro quadrado dobrou em um ano.
A especulação imobiliária está criando distorções. Como no caso de Claricina, a Caixa pode estar pagando valores que, muitas vezes, não correspondem ao preço do imóvel. Há grandes diferenças de preços entre casas de padrões parecidos e localizadas no mesmo bairro. Em março do ano passado, um imóvel de 57 metros quadrados em Santo Antônio do Descoberto foi avaliado em R$ 45 mil pela construtora Moraes & Andrade Consultoria Ltda., contratada pela Caixa. Um ano depois, uma casa menor e localizada em um lote com metade do tamanho foi avaliada em R$ 75 mil por outra empresa contratada, a Patrimônio Engenharia – uma diferença de mais de 60%. O proprietário da Patrimônio, Jair Bizerra Araújo, afirma que a Caixa não questionou a avaliação da Patrimônio. “Sou ex-funcionário da Caixa e minha empresa trabalha há quase oito anos para o banco”, diz Araújo. “Não tive problema algum nesse tempo. Emprego metodologia científica em nossas avaliações e estou muito tranquilo.” A Caixa afirma que “em princípio não há indícios de superavaliação, porém essa questão será apurada de forma técnica”. A Caixa terceiriza parte das avaliações porque seu quadro de engenheiros é insuficiente para atender à demanda crescente de pedidos. Mas o banco tem dificuldades para fiscalizar devidamente o trabalho dos terceirizados.
O mercado imobiliário é uma área dinâmica, mas delicada, da economia de qualquer país. A crise financeira que abateu o mundo a partir de 2008 e ainda provoca efeitos na Europa e nos Estados Unidos nasceu de distorções no mercado imobiliário. Programas de incentivo para compra de imóveis nos Estados Unidos levaram à abertura de linhas de crédito nos bancos. Com dinheiro fácil em caixa, os bancos passaram a emprestar dinheiro sem critério. Ao mesmo tempo, criaram produtos financeiros sofisticados, derivativos chamados de “subprime”, baseados nesses financiamentos. s Quando a inadimplência atingiu níveis insuportáveis, o sistema implodiu. Milhares de americanos faliram, o preço dos imóveis despencou – e não se recuperou até hoje – e grandes bancos quebraram por conta de bilhões de dólares investidos nos produtos financeiros lastreados nos títulos podres.
As diferenças para o que ocorre no Brasil são enormes, mas o exemplo serve de alerta. O aumento no valor dos imóveis provocado pelo financiamento do Minha Casa Minha Vida pode levar a um crescimento na inadimplência se não houver fiscalização rígida. Como muitas pessoas beneficiadas pelo programa são profissionais autônomos e não têm renda garantida, dependem do bom desempenho da economia para manter o poder de compra. Caso essas pessoas deixem de pagar e a Caixa precise retomar o imóvel, dificilmente recuperará o dinheiro. A Caixa afirma que a inadimplência no Minha Casa Minha Vida é de 1,37%, uma das menores do Sistema Financeiro Habitacional.
A pressa do governo em entregar casas também está sendo aproveitada pelas construtoras e prejudicando os compradores. Na ânsia de receber logo o dinheiro da Caixa, construtoras têm entregado casas malfeitas. A poucas quadras do imóvel da cozinheira Claricina Ribeiro Assis, a aposentada Maria Castro da Silva, de 80 anos, só consegue entrar em casa, construída num terreno inclinado, pelos fundos. A pressa da construtora em finalizar a casa foi tão grande que não foi feita escada ou rampa pela frente. Até agora, as 600 mil moradias contratadas pelo governo representam 60% da meta traçada para o Minha Casa Minha Vida. De acordo com a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), o governo deverá contratar 850 mil unidades até dezembro.
Recentemente, o governo anunciou o lançamento do Minha Casa Minha Vida 2. A previsão é investir cerca de R$ 70 bilhões para construir mais 1 milhão de imóveis até 2014. Uma das promessas da candidata petista ao Planalto, Dilma Rousseff, é incluir móveis e eletrodomésticos no Minha Casa Minha Vida 2 e dotar as casas de aquecedores solares para baratear a conta de luz. Mas, em alguns Estados, a primeira versão do programa ainda engatinha. As contratações de imóveis para pessoas que ganham até três salários mínimos, onde está a maior parte da população sem moradia, não chegam a 10% da meta.
A Caixa desencadeou varredura em projetos depois de distorções
verificadas por ÉPOCA
Após as perguntas feitas por ÉPOCA sobre as distorções no Minha Casa Minha Vida, a Caixa tomou providências em relação ao programa. A chefia do banco desencadeou uma varredura em projetos pelo país. Foram feitos questionamentos à área responsável pelas avaliações. Quando foi procurada por ÉPOCA sobre o caso das casas em Santo Antônio do Descoberto, a Caixa disse que não havia financiado a construção dos imóveis. O financiamento teria sido feito pelas construtoras e que as operações representariam uma “parcela mínima de operações no contexto do volume total de financiamentos no âmbito do Minha Casa Minha Vida”. Apesar de minimizar o problema, a Caixa decidiu descredenciar construtoras responsáveis pelas obras em Santo Antônio do Descoberto, Goiás. Técnicos da Caixa também visitaram a casa de Claricina Ribeiro Assis e resolveram o problema da falta de água no banheiro. “Agora estou esperando arrumar as paredes”, afirma Claricina. “Sonho também com o dia em que teremos asfalto aqui.”
Fonte: Revista Época

Crédito para casa própria deve superar R$ 70 bi este ano, diz Caixa

Foto: Google Imagens

Em 2010, o crédito para financiamento imobiliário da Caixa Econômica Federal deverá ultrapassar R$ 70 bilhões, um recorde histórico, segundo o banco. A projeção anterior do banco era de R$ 60 bilhões até o final de dezembro. Se concretizada a previsão da Caixa, o banco fechará o ano com crescimento de 48,8% no crédito imobiliário.
"[O recorde] é absolutamente histórico. Só para se ter uma ideia: a gente começou em 2003 com R$ 5 bilhões em crédito. Nós tivemos no ano de 2008, que já foi um recorde, R$ 23 bilhões. No ano passado, chegamos novamente a um recorde, de R$ 47 bilhões", disse a presidente do banco, Maria Fernanda Ramos Coelho, nesta quinta-feira (9).
De acordo com a presidente, a Caixa deverá terminar 2010 com 1 milhão de contratos de financiamento, que também é recorde histórico.
Os recursos para a oferta recorde do crédito estão garantidos, conforme informou Maria Fernanda. "Para toda a projeção de 2010, já há garantia [de recursos], seja do FGTS [Fundo de Garantia do Tempo de Serviço] ou do SBPE [Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo]", disse.
De acordo com a instituição, neste ano, até o último dia 3 de setembro, o valor emprestado para habitação chegou a R$ 47,6 bilhões, volume que já é maior do que concedido durante todo o ano passado (R$ 47,05 bilhões).
Em 2009, durante todo o ano, foram concedidos R$ 47,05 bilhões, recorde para um ano até agora. Em 2008, o volume foi de R$ 23,3 bilhões.Do valor total aplicado pela Caixa, R$ 21,4 bilhões tiveram como fonte de recursos a caderneta de poupança e R$ 20,7 bilhões são do Fundo de Garantia do Tempo de Serviços - FGTS. O restante vem de outras fontes.

Minha Casa, Minha Vida

De acordo com a Caixa, desde abril de 2009, quando o programa Minha Casa, Minha Vida foi criado, foram contratadas 630.886 mil unidades habitacionais, no valor de R$ 35,85 bilhões. Estão em análise pelo banco propostas para outras 418.860 moradias.
Considerando apenas 2010, o número de contratos corresponde a 355.358 moradias no valor de R$ 21,8 bilhões.

Mais fontes de dinheiro

Conforme informou a presidente da Caixa, a instituição já estuda outras formas de captação, através de securitização ou captação internacional, poupança. "Não há nenhuma difculdade para o cidadão comprar sua casa", disse Maria Fernanda. No mês passado, o vice-presidente de controle e risco da Caixa Econômica Federal, Marcos Vasconcelos, já havia dito que o banco pretende captar dnheiro no mercado ainda este ano para usar no crédito imobiliário, porque os recursos do FGTS e da poupança que financiam os programas de habitação e concessão de crédito imobiliário no Brasil serão insuficientes no futuro.
O executivo prevê que o volume concedido em crédito imobiliário cresça para até 10% do Produto Interno Bruto (PIB) nos próximos anos. Atualmente, o volume representa 4% da riqueza produzida pelo país, nível considerado baixo pelo vice-presidente da Caixa.

Securitização

De acordo com o vice-presidente de governo da Caixa, Jorge Hereda, a instituição está preparando para este ano a securitização no valor de R$ 500 milhões para usar no crédito imobiliário.
A operação deverá ter início até o final do ano, mas sem data prevista. "Devemos testar o mercado para entrar melhor no ano que vem. De qualquer forma, não teremos problema com funding. Para este ano e para o ano que vem, está tudo equacionado", afirmou Hereda. O valor total da operação, segundo o vice-presidente, seria da ordem de R$ 20 bilhões.

Fonte: Anay Cury/Portal G1

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Brasileiro quer mesmo uma casa com piscina

Foto: Jornal Extra/Divulgação

O sonho de Claudia Maria dos Santos de morar numa casa com piscina está longe de ser inédito. Uma pesquisa realizada pela construtora Living, do grupo RJZ Cyrela, em seus estandes de venda, mostra que a piscina é o item mais desejado pelos futuros moradores.
“Com o programa habitacional “Minha casa, minha vida”, ficou viável colocar itens de lazer até em condomínios populares. O consumidor quer o que cabe no bolso, mas escolhe o que tem maior apelo”, afirma Alexandre Calazans, gerente de incorporações da Living.
Com aproximadamente 1,7 milhão de piscinas instaladas, o Brasil é o segundo maior mercado do mundo, atrás somente dos Estados Unidos.
Embora seja o principal, esse não é o único item pedido pelos entrevistados. Depois da piscina, a opção de lazer mais citada foi a churrasqueira. Quadras poliesportivas e academias não foram esquecidas, mostrando a vocação do carioca ao esporte e à busca de uma vida saudável.
“As construções do “Minha casa, minha vida” atingem, em sua maioria, pessoas de bairros mais distantes do centro da cidade, acostumadas a morar em casas. Por isso a piscina e a churrasqueira têm tanto apelo”, diz Calazans.
Mas e o condomínio? Itens de lazer geralmente fazem com que o valor da cota mensal seja alto. Segundo ele, os novos empreendimentos possibilitam que a taxa não custe caro, devido ao grande número de apartamentos.
“Os novos condomínios têm, geralmente, mais de 400 unidades. Com mais gente para dividir os custos, a cota condominial não pesa tanto no bolso. Como apenas a piscina tem manutenção, o rateio mensal fica entre R$ 100 e R$ 200″, afirma o gerente da Living.
Fonte: Jornal Extra

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

STJ: imóveis com pendência na justiça não podem ser leiloados

Foto: Google Imagens

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que, em se tratando de contratos celebrados no âmbito do Sistema Financeiro de Habitação, os mutuários que estiverem discutindo na Justiça, em ações revisionais, algum problema com o seu imóvel, não poderão ter o mesmo levado à leilão.
Desta maneira, o mutuário que encontre dificuldades em cumprir as prestações, seja por não ter condições de honrar com o débito ou por discordar do reajuste, do valor das parcelas ou do saldo devedor, e entrar com ação judicial, pode evitar que o imóvel seja leiloado até o fim do processo.

Fonte: Maria Clara Serra /Jornal Extra Online

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Dia do corretor de imóveis


A corretagem de imóveis — cujo dia é comemorado na próxima sexta-feira — é mais uma das antigas profissões masculinas que vem sendo “invadida” pelas mulheres. De acordo com dados do Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Rio (Creci-RJ), a participação feminina no segmento cresceu 60,47% entre 2005 e o primeiro semestre de 2010, fazendo com que sua fatia total do mercado chegue a 25,17%.
O aumento do volume dos lançamentos e o aquecimento do setor, em geral, foram os grandes impulsionadores deste quadro, segundo o presidente do Creci-RJ, Edecio Cordeiro:
— A mulher vem encontrando na profissão, que hoje está superaquecida, uma satisfação de trabalhar com o sonho de todas as famílias, que é o da casa própria.
— A corretagem é uma ótima profissão para as mulheres, pois fazemos nosso horário e sobra tempo de participar da vida dos filhos. Além disso, não há limites de idade para esse trabalho. Vemos desde jovens de vinte e poucos anos até cinquentonas — afirma Beatriz Cardoso, gerente de vendas de imobiliária.
Competitividade
Outro fator importante para o aumento da participação feminina na corretagem é a competitividade do mercado, que fez com que os profissionais da área buscassem mais qualificação. De acordo com o Creci-RJ, desde 2005, houve crescimento de 254% na participação de mulheres na conclusão do curso superior em Gestão de Negócios Imobiliários.
— Como a credibilidade é importante, largamos na frente. Somos dedicadas e responsáveis — completa Beatriz.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Processo de compra de imóvel fica mais ágil em BH

Imagem: Google Imagens

Quem já comprou um imóvel sabe bem das várias idas e vindas que o processo exige. Com o Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis por Ato Oneroso Intervivos (ITBI) não era diferente. No entanto, autorização concedida pelo município, por meio do Decreto 14.032/2010, deu agilidade ao processo. Desde o dia 2, os 12 cartórios de Ofícios de Tabelionato de Notas de Belo Horizonte estão autorizados a emitir a guia de recolhimento do imposto. Eles se somam à Central de Atendimento Imobiliário e às regionais na prestação do serviço, aliviando o tempo de espera dos usuários.Conforme explica Omar Domingos, gerente de tributos imobiliários da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte (PBH), com a adesão dos cartórios, os compradores vão ganhar entre um e dois dias entre a entrada do pedido e a assinatura da escritura. “Antes era preciso ir à PBH para emitir a guia e depois ir ao banco fazer o pagamento e aguardar a compensação. Agora, com exceção do pagamento que poderá ser realizado até pela internet, tudo pode ser feito no cartório”, comemora.Para Omar, a medida vai desafogar a PBH, que poderá ser mais rápida em outros processos imobiliários, como a emissão de certidões de lançamento e parcelamento da dívida ativa. “Serão cerca de 35 mil atendimentos a menos por ano. Haverá ainda uma diminuição do custo da máquina, já que a estrutura física será menos demandada”, aponta. Segundo o secretário municipal de Finanças, José Afonso Bicalho, a modernização da gestão tributária vai simplificar os procedimentos e fazer com que o contribuinte ganhe tempo.
Muitos serviços da PBH já migraram de órgãos responsáveis para a internet, facilitando a vida do contribuinte. “Temos três pilares de atuação na Secretaria Municipal de Finanças: modernização tecnológica, bom atendimento e transparência nas ações. Como desde 2006 estamos aperfeiçoando nosso Sistema de Administração Tributária e Urbana (Siatu), cada vez mais temos tido condições de centralizar ações e migrar serviços”, esclarece. “Por meio do Siatu, toda a rede bancária pode nos enviar informações que são processadas pelo software. Ele controla desde o surgimento da obrigação fiscal até sua execução judicial”, completa.
De acordo com o diretor de sistemas da Empresa de Informática e Informação do Município de Belo Horizonte (Prodabel), João Bosco Fernandes, o aprimoramento do sistema vem sendo feito há alguns anos, principalmente nos lugares onde o cidadão mais necessita dele. “Trata-se de uma iniciativa de grande relevância. Com mais postos de atendimento, tudo será mais rápido, já que a tecnologia permite isso”, afirma.

Fonte: Humberto Siqueira/Jornal Estado de Minas

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Excesso de placas dificulta Venda de imóvel em Belo Horizonte

Foto: Google Imagens

Ao caminhar por qualquer grande cidade do Brasil, é comum se deparar com casas e apartamentos com diversas placas de imobiliárias diferentes anunciando a venda do imóvel. Entretanto, será que esta é a melhor estratégia?
De acordo com o a Imóveis Líder Bh, o excesso de placas de alugar ou vender na frente de uma residência pode atrapalhar, e muito, o fechamento da negociação pretendida. Isso porque a atitude acaba passando a impressão de que a casa ou o apartamento está com algum problema ou encalhado, dificultando o sucesso da transação e desvalorizando a propriedade.
Além disso, segundo alerta o presidente do Creci-MG (Conselho Regional de Corretores de Imóveis), ter vários intermediários pode acabar prejudicando a segurança do imóvel, já que ele estará exposto em várias empresas e o proprietário não terá muito controle de quem o frequenta.
Exclusividade Por outro lado, a exclusividade é apontada como uma potencializadora das vendas, sendo positiva para todas as partes envolvidas na negociação, dizem as entidades.
“O corretor se dedicará com mais afinco, o vendedor terá maior segurança e o possível comprador, a garantia de que o valor do imóvel não sofrerá alterações”, diz Viana.
“Em mercados mais evoluídos, o proprietário exige a exclusividade e o cliente comprador nem procura imóveis que não são exclusivos. E nem estamos falando só de Estados Unidos, mas de Canadá e, mais próximo de nós, a Argentina”, informa o diretor geral da Imóveis Líder bh, Izaias Alves Nonato Entretanto, diz Izaias, para que a exclusividade seja bem-sucedida, o cliente deve sempre checar o que foi combinado e cobrar seu efetivo cumprimento. Por fim, ressalta o presidente do Creci-MG, a avaliação do imóvel deve ser justa, sendo que o corretor ou a imobiliária não deve aceitar um preço muito alto para ficar com a exclusividade da venda, para não prejudicar a liquidez do imóvel.

Fonte: InfoMoney

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Síndico profissional ganha o mercado

Foto: Zuleika de Souza/CB/D.A Press

O síndico do prédio onde você mora ou trabalha é aquela pessoa conhecida de todos, com paciência infinita e que sempre arranja tempo para mediar conflitos e resolver pepinos? Pois saiba que essa figura deve deixar de existir em um futuro não muito distante. Empresas que cuidam de absolutamente todos os detalhes que envolvem o funcionamento de um condomínio, da limpeza ao pagamento de contas, estão tomando conta do mercado em todo o país.
Em Brasília, existem pelo menos algumas dezenas delas. Além disso, é cada vez mais comum a figura do síndico profissional. Trata-se de alguém que não tem, necessariamente, um vínculo com o prédio a ser gerenciado e assume a tarefa de cuidar de toda a logística dele mediante uma comissão.
A profissionalização e a delegação da administração condominial são coisas tão sérias que, este ano, o Centro Universitário do Distrito Federal (UDF) criou a primeira graduação em gestão de condomínios de que se tem notícia. Com duração de dois anos, o curso nasceu a pedido do Sindicato dos Condomínios Comerciais e Residenciais do Distrito Federal (Sindicondomínio-DF).
Delegar a empresas alguns aspectos do gerenciamento da vida condominial não é novidade. A existência de empreendimentos especializados em cuidar da contabilidade, da vigilância ou da limpeza de conjuntos habitacionais ou comerciais data de pelo menos 30 anos.
No DF, há administradoras que estão há 20 anos no mercado. A diferença do passado para hoje é que a atividade de administrar um prédio ou conjunto de edificações, comerciais ou residenciais, vem tornando-se cada vez mais complexa. Outro aspecto é que o ritmo acelerado da vida moderna diminuiu o tempo disponível dos condôminos para se dedicarem com afinco aos interesses dos vizinhos. Tudo isso deu às empresas especializadas a oportunidade de ampliar o leque de serviços oferecidos. Se antes cuidavam apenas das contas ou somente da limpeza e manutenção, hoje vendem pacotes completos de gerenciamento.

Qualificação

A nova situação também abriu caminho para o entendimento de que o síndico precisa ser uma pessoa qualificada. "Hoje a gente tem empreendimentos residenciais de dimensões gigantescas. No Distrito Federal, por exemplo, Samambaia e Ceilândia têm complexos de prédios com parque aquático, espaço gourmet, academia. A manutenção de tudo isso por aquela pessoa leiga que tem um tempinho disponível é impensável. E essa pessoa existe cada vez menos nos dias de hoje. Muitos condomínios têm de lidar com o problema de que ninguém quer ser síndico", pondera o administrador de empresas Carlos Aguiar (foto), contratado para assumir as funções de síndico no centro de edifícios comerciais Vital Brasil, na 910 Sul.
Aguiar ingressou por acaso no mercado de síndicos profissionais. O administrador, que é dono de uma agência de turismo, era locatário de um espaço no Vital Brasil há alguns anos. Estava insatisfeito com o funcionamento das coisas e envolveu-se com a administração do lugar. Fez cursos de capacitação oferecidos pelo Sindicondomínio-DF e, por fim, já com seu negócio funcionando em outro espaço, começou a desenvolver a atividade paralela de gestor predial autônomo. Agora, planeja investir cada vez mais na nova carreira. Está interessado em uma pós-graduação lato sensu em Facilities Management (Gerenciamento de Facilidades, em tradução livre) oferecida pela Universidade de São Paulo. "É um curso voltado para coisas mais amplas do que a gestão de condomínios. Engloba a logística de hotéis, estádios de futebol e até autoestradas", explica.
Por seus serviços como gestor do Vital Brasil, Carlos Aguiar cobra R$ 2,5 mil mensais. A taxa é o pro-labore do gestor condominial. "Faço gerenciamento de contratos com empresa de limpeza, de manutenção, de auditoria contábil. Estou sempre por perto e o trabalho é preventivo. Tem manutenção periódica de tudo. É diferente do condomínio tradicional, onde chama-se alguém para consertar depois que algo estraga. Uma das minhas atribuições é manter o empreendimento valorizado", afirma. O administrador garante que, com a terceirização, a tendência é baratear e não encarecer a taxa de condomínio. "Há otimização de recursos, economia máxima e desperdício mínimo", comenta.
Como Carlos Aguiar, a empresa faz uma ponte entre os condôminos e empresas prestadoras de serviço. De acordo com ele, o pacote via administradora sai cerca de 15% mais barato do que se o síndico fechasse os contratos um a um. "A gente faz todo o trabalho administrativo, o síndico acaba fazendo só a parte social e de atendimento aos condôminos", explica. A empresa cobra um pro-labore que fica entre R$ 600 e R$ 2,5 mil dependendo do número de unidades habitacionais e tamanho do edifício a ser administrado.

Fonte: Mariana Branco/Correio Brasiliense

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Solo urbano é gerido pela PBH por lei especial

Foto: Divulgação

A morosidade e a burocracia dos processos de licenciamento ambiental para a implantação de condomínios residenciais e loteamentos no Estado, especialmente na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), é um dos entraves enfrentados pelo setor da construção civil que atuam nesse segmento que, pela promessa de qualidade de vida e segurança, tem se convertido em sonho de consumo para muitas pessoas.
Depois de Lagoa Santa e Brumadinho, Vespasiano e Pedro Leopoldo também já incorporaram esse formato de produto imobiliário que, em muitos casos, carregam a pecha de sustentáveis. De acordo com o vice-presidente da Câmara do Mercado Imobiliário - Sindicato das Empresas do Mercado Imobiliário de Minas Gerais (CMI/Secovi-MG), Jader Nassif, os loteamentos horizontais são definidos, pela Lei Federal nº 6.766, como espaços fechados com controle de tráfego.
Entretanto, são os municípios, por meio de legislação especial, que devem gerir o solo urbano. "O empreendimento deve trazer benefícios para o município, para a comunidade do entorno e também para os compradores dos lotes", ressaltou. Para tanto, é preciso que o produto se adeque ao plano diretor da cidade, o que o torna sustentável na sua origem, o que garantirá que impostos, empregos e moradias de alto padrão se tornem ganhos para todos.
Por outro lado, ressaltou Nassif, a gestão desses loteamentos, pelo proprietário do bem, prevê uma série de regras que podem, inclusive, auxiliar o poder público a incrementar os níveis de qualidade de vida no município ou mesmo prevenir problemas estruturais como a falta de segurança.
Harmonia - O diretor da Elege - Engenharia do Valor e Sustentabilidade, engenheiro Luiz Geraldo Crespo Arruda, destacou que desde a sua concepção, o empreendimento deve estar em harmonia com a natureza e com as ocupações já existentes. Haverá impactos que, quando negativos, devem ser neutralizados ou mesmo reduzidos. Na lista, além dos problemas ambientais clássicos, é preciso prever questões como o sombreamento da residência do vizinho e as ações que provoquem a desvalorização dos imóveis.
"O próprio incorporador pode criar um manual para o condomínio com regras que devem ser aceitas no ato da assinatura do contrato", sugeriu.
Dessa forma, os novos moradores, ao realizarem o seu sonho, não gerarão pesadelos para os outros. Esse tipo de documento pode conter, segundo o engenheiro, padrões para a construção, instalação de sistemas de aquecimento solar e de aproveitamento da água da chuva e, ainda, recomendações em relação à geração e destinação limpa dos resíduos pelo empreendimento e pelos moradores.Dessa forma, o projeto paisagístico será sustentável e não gerará custos adicionais. "interessante utilizar espécies nativas que precisam de menos água para a sua manutenção", enfatizou. Na mesma linha, arquitetos bioclimáticos podem ajudar a projetar imóveis que utilizem ao máximo a iluminação natural e que gerem conforto térmico para evitar o uso freqüente do ar condicionado, por exemplo. Torneiras econômicas e sistemas inteligentes elétricos também são medidas interessantes a serem incluídas nos projetos.
O condomínio também pode fazer um inventário da emissão de gás carbono na atmosfera e compensar isso com áreas de reflorestamento. "Não se pode mexer nas áreas remanescentes", pontuou. Segundo Arruda, é possível, ainda, definir metas de consumo para todos, de forma que o empreendimento seja realmente sustentável, algo bem maior que um belo jardim.

Fonte: Jornal Diário do Comércio / Negócios e Gestão

sábado, 31 de julho de 2010

As regras para comprar um imóvel do Minha Casa, Minha Vida.


Para as famílias que ganham até três salários mínimos, as inscrições para o programa Minha Casa, Minha Vida serão organizadas pelas prefeituras e governo estaduais. Segundo a Caixa Econômica Federal, as datas e locais para esse cadastramento serão divulgados regionalmente de forma ampla. As inscrições serão gratuitas. Poderão participar pessoas não beneficiadas anteriormente em programa habitacional social do governo e que não possuam casa própria ou financiamento ativo em todo o território nacional.
Após a seleção, o candidato terá de apresentar documentação pessoal no agente financeiro. A assinatura do contrato ocorrerá na entrega do imóvel. As famílias com renda entre três e dez salários mínimos não podem ser detentoras de financiamento ativo nas condições do Sistema Financeiro da Habitação (SFH). A Caixa promete disponibilizar detalhes sobre o programa diretamente nas agências, mas orienta os interessados a procurar lançamentos de imóveis novos nas construtoras.

Condições para compra do imóvel
Até 3 salários mínimos
Operacionalização:
-O interessado dirige-se à prefeitura, órgão do Estado ou representante de movimento social para fazer um cadastro;
-Se for selecionado, ele será convocado para apresentação da documentação na CEF, no agente imobiliário, na prefeitura ou outros credenciados;
-A assinatura do contrato ocorre na entrega do imóvel.

Análise cadastral:
-Comprovação de renda formal ou informal para enquadramento no programa;
-Verificação do Cadastro Único que identifica famílias de baixa renda;
-Verificação do Cadastro Nacional de Mutuário;
-Não há análise de risco de crédito, ou seja, mesmo quem tem restrição nos órgãos de proteção ao crédito pode ser incluído no programa.

Condições:
-Não ter sido beneficiado anteriormente em programas de habitação social do governo;
-Não possuir casa própria ou financiamento de imóvel;
-Estar enquadrado na faixa de renda de até três salários mínimos;
-Comprometer até 10% da renda durante dez anos para o pagamento das prestações.

Características:
-Prestação mínima de R$ 50, corrigida pela TR;
-Registro do imóvel em nome da mulher;
-Sem entrada e sem pagamento de prestações durante a obra;
-Sem cobrança de seguro de vida e danos ao imóvel.

De 3 a 10 salários mínimos
Operacionalização:
-O beneficiário poderá procurar a construtora ou as agências da CEF para aquisição do imóvel a partir do lançamento do empreendimento.

Análise cadastral:
-Comprovação de renda formal ou informal;
-Análise do IRPF;
-Análise cadastral no Serasa/BC/SPC/Cadin;
-Verificação do Cadastro Nacional de Mutuário;
-Análise de risco e de capacidade de pagamento pela CEF;

Características:
-Financiamento de até 100% do valor do imóvel;
-Entrada opcional;
-Prazo de 30 anos para quitação do financiamento;
-Pagamento mínimo durante a obra, de acordo com a renda.

Condições:
-Não ter financiamento ativo no SFH (Sistema Financeiro da Habitação);
-Não ter recebido desconto concedido pelo FGTS para financiamento;
-Não ser proprietário de imóvel residencial no local de domicílio ou onde pretenda fixar domicílio;
-Não ser titular de direito de aquisição de imóvel residencial.

Fonte: Portal Exame/Divulgação

Dez cuidados antes de comprar um imóvel na planta.

Foto: Exame/Divulgação

Adquirir um imóvel na planta é um negócio repleto de vantagens para quem tem condições de esperar pela finalização da obra. As prestações são reajustadas segundo a variação do Índice Nacional de Construção Civil (INCC), mas comprar um imóvel ainda em construção pode significar uma economia de 20% a 30% do valor dos imóveis prontos. Em certos casos, a valorização do imóvel com a entrega das chaves chega a até 50%. Além disso, os apartamentos comprados na planta geralmente têm taxas condominiais menores.
No entanto, os riscos deste tipo de transação muito se assemelham com o de marcar um encontro com alguém que você conheceu pela internet. Não faltam casos de fraudes, atrasos na obra e promessas não cumpridas, além de deficiências sérias no produto final, como rachaduras e até desníveis nos andares. Porém, é possível tomar algumas precauções para fugir deste mau agouro. A seguir, três especialistas de diferentes setores ensinam os principais cuidados que todo comprador deve tomar antes, durante e depois do processo de compra de um imóvel na planta.

Os 10 cuidados:
1.Defina seus critérios
2.Bisbilhote o passado da construtora
3.Atenção aos documentos
4.Visite a obra pessoalmente
5.Não subestime a maquete
6.Tudo pode ser usado no tribunal
7.Torne oficial
8.Consulte o tabelião
9.Fique de olho na política de juros
10.Seja beneficiário do seguro

Fonte: Talita Abrantes/Portal Exame

Imóvel só acima de R$ 100 mil

Foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A.Press

Má notícia para o interessado em comprar imóvel novo de até R$ 100 mil em Belo Horizonte: as opções são raras. O elevado preço do terreno na capital e a demora da prefeitura em aprovar os projetos desanima o empresariado, que prefere investir em outros estados. O resultado é que o estoque está praticamente zerado na capital. A opção para o comprador são as outras cidades da Região Metropolitana de Belo Horizonte, que já sentem o aquecimento da demanda de moradores da capital.
"Eu não tenho nenhum imóvel em estoque, vendi tudo. O dono do terreno aqui em Belo Horizonte está cobrando preço elevado demais. Parece até que tem uma mina de ouro enterrada", brinca André de Sousa Lima Campos, vice-presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil de Minas Gerais (Sinduscon-MG) e diretor da vice-presidente da Emccamp. A construtora é focada na baixa renda, com unidades com valor de R$ 80 a R$ 130 mil.
Em ano de recorde histórico de vendas da MRV Engenharia, o diretor-presidente Rubens Menin assume a escassez de unidades para a venda em Belo Horizonte. "Falta imóvel, o terreno está muito caro. A oferta está menor do que a demanda", diz. No segundo trimestre deste ano, a velocidade de vendas da construtora foi de 37%. Isso significa que a cada 1.000 apartamentos colocados no mercado, foram comercializados 370. "É um índice muito alto. Há pouco tempo, era de 10%", afirma Menim.

Terrenos

Quer fazer bom negócio? Siga as orientações dos especialistas
A Emccamp só deve voltar a lançar unidades na capital no fim deste ano. "Além de o terreno estar caro, a aprovação de projetos na prefeitura está muito lenta", afirma Campos. Enquanto as obras estão paralisadas na capital, a construtora produz cerca de 8 mil unidades em São Paulo e Rio de Janeiro. "Nesses estados, a oferta de terreno está melhor do que aqui", diz.
No mês passado, os imóveis de até R$ 130 mil em Belo Horizonte e R$ 100 mil na Região Metropolitana, que têm os subsídios do programa Minha casa, minha vida, foram os mais disputados no feirão da casa própria da Caixa Econômica Federal, no Expominas. Mas essas unidades foram também as primeiras a sumir das prateleiras.
O casal Rúbia Ferreira e Ricardo Maria mora no Bairro Céu Azul com o filho Samuel no lote do pai de Ricardo. Eles estão atrás de um imóvel de até R$ 100 mil para comprar, mas estão com dificuldades em encontrar. "Só achamos unidades com valor entre R$ 130 mil e R$ 200 mil, mas a entrada exigida é muito alta. Além disso, a liberação do crédito é muito difícil", afirma Ricardo Maria.
Se a situação é ruim para quem tem interesse em comprar imóvel direto com as construtoras, é pior ainda para aqueles com renda de até três salários mínimos (R$ 1,5 mil), que dependem do subsídio maior do governo para ter acesso à casa própria. Nenhum projeto ainda foi aprovado para as obras dentro dessa faixa de renda. As construtoras alegam que é impossível viabilizar as obras sem que os valores fiquem próximos dos desembolsos autorizados para o Rio de Janeiro e São Paulo, de R$ 51 mil e R$ 52 mil, respectivamente.
A construtora mineira Modelo, especializada em imóveis para a baixa renda, não aprovou nenhum projeto dentro do programa em Belo Horizonte. Mas, no Rio de Janeiro e São Paulo, está com cerca de 5,5 mil unidades em fase final de aprovação. O diretor da construtora, Fábio Nogueira, alega que não é viável a construção de moradias nem mesmo se a prefeitura doar os terrenos. "O custo da construção vem crescendo muito. A conta não fecha", diz.

Fonte: Portal Lugar Certo/Divulgação

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Imobiliárias investem no público interno e caçam talentos.

Foto: Divulgação

Crédito facilitado, economia aquecida e novos empreendimentos pipocando nas cidades. Nunca em sua história o mercado imobiliário comemorou uma curva crescente em seus negócios. Pensando na escassez de mão de obra, o setor procura por novos talentos.
Altos executivos têm sido disputados acirradamente por imobiliárias, incorporadoras e construtoras devido ao franco crescimento da construção civil.
A mudança dos antigos paradigmas agitou também o RH das incorporadoras, construtoras e imobiliárias. A área imobiliária, por exemplo, passa por essa modernização e se adéqua às novas demandas. Não raros notamos a presença engenheiros, advogados e profissionais de diferentes áreas que se dedicam e escolhem o segmento dos negócios imobiliários fazendo deste a escolha para seu projeto profissional. Em paralelo, corretores de grande credibilidade prestam assessoria especializada em gestão e planejamento às incorporadoras pelo olhar atento que adquiriram do mercado imobiliário.
Conforme dados apresentados pelo Conselho Federal de Corretores de Imóveis (Cofeci) nos últimos dois anos mais de 20 mil novos profissionais migraram para o setor imobiliário atraídos pela promissora rentabilidade. Inúmeras imobiliárias promovem seus corretores colaboradores com salários e comissões atraentes, além disso, incluem prêmios e incentivos para aqueles que superam metas, como carros, viagens e eletrônicos.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Caixa lança portal para atender a construção civil

Foto: Reprodução Portal da Construção Civil/Divulgação

A Caixa Econômica Federal lançou no dia 26 de julho o Portal da Construção Civil, com o conteúdo voltado para atender as diferentes empresas representantes do setor, como construtoras, imobiliárias, entidades, profissionais da construção e a indústria. O portal promete integrar informações em único ambiente e oferecer agilidade, na busca de crédito para os diversos tipos de empresas participantes da cadeia.
A ferramenta entra no ar após o alcance de sucessivos recordes de crescimento em crédito imobiliário pelo banco. Apenas no primeiro semestre de 2010, o financiamento da casa própria atingiu 95,1% de crescimento, em relação ao mesmo período do ano passado, movimentando um volume de R$ 34,10 bilhões e mais de 575 mil contratos assinados.
“Depois de participar ativamente de uma autêntica revolução do mercado de crédito imobiliário brasileiro, a CAIXA pretende também promover uma revolução no processo de atendimento, tanto para as empresas ligadas ao setor imobiliário, quanto para as pessoas que pretendam adquirir imóveis. A ideia é se utilizar cada vez mais de ferramentas e meios eletrônicos, com o objetivo de dar mais agilidade ao atendimento e maior comodidade para os clientes”, afirma o vice-presidente de governo da CAIXA, Jorge Hereda.
De acordo com Hereda, o volume de recursos para o crédito habitacional, nos primeiros seis meses deste ano, já é maior que todo o montante aplicado em moradia no ano 2008, quando foram emprestados R$ 23,3 bilhões. O número já chega a quase 7 vezes o que foi emprestado em 2003.
O portal vai oferecer, ainda, benefícios como a comunicação segmentada para cada tipo de empresa, e trará produtos e serviços específicos, dentre eles o índice da construção civil, a relação de documentos para avaliação de crédito e a informações sobre a parceria para o Programa Minha Casa Minha Vida.

Serviço: O Portal da Construção Civil pode ser acessado pelo endereço: www1.caixa.gov.br/construcaocivil/index.asp

Fonte: CEF/Divulgação

terça-feira, 20 de julho de 2010

BH: vendas puxam avanço do mercado imobiliário

Foto: Portal Uai/Divulgação

A queda do desemprego, o aumento do poder de compra, o crédito facilitado e a maior confiança na economia têm beneficiado o desempenho do setor imobiliário na capital mineira. De acordo com representantes do segmento, no acumulado ddo primeiro semestre, o volume de negócios cresceu em até 35% na comparação com igual período anterior. Diante do resultado, a aposta da atividade é de incremento maior nos seis meses finais e incremento de 40% no ano, frente a 2009.
Segundo o sócio-diretor do grupo Casa Mineira Corretora de Imóveis, José Messias dos Santos, a empresa comercializou 700 imóveis até junho, 25% acima do mesmo intervalo do ano passado. Do total, 60% das unidades foram voltadas para a área residencial. "A procura por imóveis comerciais tem sido grande, mas a oferta é menor. Por isso, os negócios acabam sendo mais movimentados pelos residenciais", informou. Ainda segundo ele, dos negócios fechados, 25% foram para locação e 75% para venda.
Conforme Santos, o desempenho foi puxado pela maior oferta de crédito e a segurança que o investimento em imóvel representa. Para ele, o crescimento contínuo na demanda impactará nos preços. "A tendência é de um aumento dos preços dos aluguéis e das vendas e a procura também vai aumentar", apostou. Para 2010, ele prevê um crescimento da ordem de 40% em relação a 2009.
A Caixa Imobiliária também reflete o aquecimento do setor, com avanço de 15% no semestre, ante igual acumulado de 2009. Segundo o diretor da empresa, Kênio de Souza Pereira, o resultado também pode ser atribuído ao programa federal, "Minha casa, minha vida", além do retorno dos investidores em imóveis.

Vendas

Segundo ele, devido a este quadro, a comercialização tem sido o carro-chefe dos negócios da empresa. "Os contratos de aluguéis continuam a aumentar, mas não com a força do ano passado", afirmou sem revelar maiores detalhes. Pereira projeta expansão de 20% no ano, face a 2009.
A alta na demanda e nas vendas também foi registrada pela imobiliária do grupo Habitare. Conforme o diretor de Relacionamento, Ercílio Caldeira, de janeiro a junho o volume de negócios da empresa aumentou cerca de 35% na comparação com igual intervalo do ano passado. "A procura foi bastante favorável aos negócios da empresa. Para se ter uma ideia, a venda de imóveis dobrou neste período em relação ao primeiro semestre do ano passado. Já no que se refere à locação, este aumento foi da ordem de 20% na mesma base de comparação", destacou.

Predominância

A Imóveis Líder BH é outra corretora que registrou incremento na receita até junho. Segundo o proprietário da empresa, Izaías Alves Nonato, foram comercializadas 90 unidades no semestre. O número é 30% superior ao de igual período de 2009. "O incremento se deve a uma série de estratégias adotadas pela empresa nos últimos meses, entre elas, a adesão a uma rede de imobiliárias, em que várias empresas do segmento dividem o mesmo banco de dados", afirmou.
Segundo ele, os contratos de venda de imóveis responderam por mais de 65% dos negócios efetuados no período, enquanto os contratos de locação responderam pelo restante (35%). "O carro-chefe da empresa sempre foi a venda de imóveis", destacou. Diante do cenário favorável, o proprietário da Líder BH acredita em um aumento da ordem de 40% nos negócios no acumulado do ano frente ao registrado no exercício anterior.

Fonte: Mara Bianchetti/ Jornal Diário do Comércio

terça-feira, 13 de julho de 2010

Acessibilidade para todos

Foto: Carlos Eller/EM/D.A. Press

Como uma característica do urbanismo, das edificações, do transporte e dos sistemas e meios de comunicação sensorial que permite seu uso por qualquer pessoa, independentemente da condição física, psíquica ou cultural, o conceito de acessibilidade se insere como uma premissa na construção civil para respeitar a individualidade, suprimindo estigmas e promovendo integração. Neste contexto, a ideia do desenho universal, originada na década de 1980, define projetos de produtos e ambientes que possam ser utilizados por todos, em sua máxima extensão possível, sem necessidade de adaptação. Diante dos atuais incentivos ao setor da habitação de interesse social no Brasil, surge a demanda para levar a acessibilidade para o universo da população de baixa renda, de forma incorporada desde o início do projeto, para que a moradia popular possa também oferecer dignidade e qualidade de vida em qualquer caso de dificuldade motora, em um cenário em que reformas para adaptar esses imóveis representam custo alto para quem tem condições financeiras precárias. E as soluções podem vir em detalhes simples."A necessidade de promover a acessibilidade para pessoas com recursos econômicos escassos chama a atenção. Apesar da reserva de uma parcela das contruções populares para aqueles com limitações de mobilidade previstas em programas habitacionais, essas medidas ainda são insuficientes e muitas vezes não alcançam a totalidade dos problemas. O desenho universal oferece autonomia e independência dentro da própria casa, condições de gerir a vida, liberdade de usar todos os cômodos. Qualquer pessoa está sujeita a sofrer uma limitação, não só os deficientes, mesmo que ocasionada ou temporária, e até o próprio envelhecimento. É preciso eliminar o preconceito, perceber que isso não é anomalia, e sim diversidade, outras formas de viver", pontua a designer de ambientes especialista na área, Flávia Lima. Para a população de baixa renda, é ainda mais complicado modificar os espaços (que nas moradias populares são bastante reduzidos) e, quando isso acontece, geralmente é feito em regimes de auto-gestão, sem orientação profissional, continua a designer.
Englobando questões como a acessibilidade, a adaptabilidade, a estética, o conforto e a segurança, em sete princípios básicos, o desenho universal permite que o ambiente seja flexível em todo o ciclo de vida de uma pessoa e em qualquer situação permanente ou temporária de dificuldade de mobilidade e, como comprovam levantamentos, se incorporado desde o início da construção, traz a vantagem de um custo mais baixo do que adaptar o imóvel posteriormente, continua Flávia. "Espaços não adequados comprometem a liberdade, tolhem as possibilidades de escolha dentro do lar, e isto dentro de um novo modelo de moradia que, entre outras coisas, diminui cada vez mais a área interna dos imóveis. Para esta faixa da população, os projetos pouco acessíveis se tornam verdadeiramente um problema social que não é assistido de maneira efetiva pelo poder público. Pensar nisso não é custo, é investimento que se aproxima de uma leitura mais completa do ser humano, garantindo antes sua dignidade para depois alcançar a melhoria da qualidade de vida".
Portas e passagens mais largas, pisos sólidos, apropriados, regulares e antiderrapantes nos locais molhados, luz de vigília e balizadores, rampas e barras de apoios e proteção, caminhamento livre, escadas com largura mínima de degraus, interruptores e tomadas em locais adequados, são alguns elementos básicos para projetos de construção para a inclusão de pessoas com baixa mobilidade e outras limitações. Cada recinto deve ter soluções que consideram todas as probabilidades futuras de desenvolvimento para cada pessoa, sua respectiva cultura, modelo emocional, deficiências físicas, riscos naturais, entre outros aspectos, como frisa a designer.
"Em geral, a norma é respeitar o mínimo de 80 cm dos vãos para portas em todos os locais da casa, espaços de circulação como corredores, em banheiros, cozinhas, quartos, áreas de serviço, obrigatoriamente suficientes para uma pessoa em uma cadeira de rodas ou de muletas. As passagens também devem ter menos labirintos, e é bom que piso e parede tenham cores contrastantes, o que, com a perda da acuidade visual evita, por exemplo, que os idosos trombem nas paredes. Mudando a cultura capitalista da especulação imobiliária, observar entre esses aspectos o mínimo que seja digno em habitações de interesse social já é uma grande mudança que ampliaria o alcance além daquela pequena parcela reservada", destaca Flávia.
Modelos
Em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, um exemplo de esforço neste sentido está no trabalho da vereadora Liza Prado (PSB), que já elaborou projetos de lei e modelos acessíveis para casas populares e, mesmo enfrentando falta de apoio político, vem fomentando a discussão entre entidades envolvidas com o setor da habitação a fim de ganhar adeptos, trabalhando diretamente na realidade das comunidades carentes. A vereadora protocolou requerimento para a Secretaria de Habitação e a Caixa Econômica Federal solicitando que, para a construção das casas populares, fosse levado em conta as regras do desenho universal. "Dentro de uma nova forma de perceber o significado da moradia, a arquitetura hoje é uma forte aliada para ajudar a resolver os problemas de espaço urbano, e principalmente para melhorar a qualidade da habitação popular. É preciso avançar para democratizar este direito, mas com qualidade de vida", enfatiza. Além da lógica de fomentar o setor imobiliário gerando emprego e renda, que muitas vezes tem caráter mercadológicoe quantitativo, Liza atenta para a necessidade de ter conforto e infraestrutura que considere o ser humano.Acompanhando algumas obras em conjuntos habitacionais, ela pôde perceber as dificuldades para quem precisa quebrar paredes, por exemplo, e ainda diante de instrumentos que estão diminuindo e limitando a área dessas casas, em torno dos 50 metros quadrados. "Considero um avanço a ideia do design que universaliza o conceito da habitação, comprovando que alguns detalhes simples podem facilitar a vida. Precisamos entender que esta questão do conforto não pode ser apenas para alguns iluminados que podem pagar. Temos que começar a promover conceitos efetivos de acessibilidade, partindo do poder público que, no meu entender, deve ser o primeiro a investir na qualidade da habitação popular, como uma exigência para mostrar às empresas e construtoras que elas devem se preocupar com isso em todos os tipos de empreendimentos", completa Liza Prado.

Fonte: Joana Gontijo/Portal Lugar Certo

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Impacto no mercado de locação

Foto: Google Imagens

Justiça já aplica nova Lei do Inquilinato, que, segundo advogado, traz mais tranquilidade ao setor e segurança ao investidor. As alterações promovidas na Lei do Inquilinato, em vigor desde 25 de janeiro, com a edição da Lei 12.112/2009, já produzem mudanças no mercado de locação de imóveis urbanos no país. De acordo com o diretor jurídico da Câmara do Mercado Imobiliário e do Sindicato das Empresas do Mercado Imobiliário de Minas Gerais (CMI/Secovi-MG), o advogado Alexandre Rennó, as manifestações da Justiça, sobretudo em ações de despejo por falta de pagamento do aluguel, concedendo liminares para a desocupação do imóvel, demonstram que o judiciário está respeitando a essência da nova lei e a intenção do legislador, o que traz mais tranquilidade ao mercado e segurança para quem investe em imóveis para locação.
"O Poder Judiciário tem demonstrado ampla percepção acerca da intenção do legislador, que, por exemplo, pretendeu viabilizar em nosso país a locação sem garantias. É justamente essa postura, aliada à interpretação literal da nova redação da Lei do Inquilinato, que, ao passar dos meses, trará mais segurança e, consequentemente, novos e melhores investimentos ao mercado de locação brasileiro", avalia o advogado. Como exemplos da postura adotada pelo Judiciário, Rennó cita duas decisões tomadas pelos tribunais de Justiça do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Sul, que determinaram, em favor do locador, a desocupação do imóvel pelo locatário inadimplente, por meio de liminar.
Em ambos os casos, o contrato de locação foi fechado sem a apresentação de garantias pelo inquilino. No Rio de Janeiro, o juiz determinou a desocupação imediata e, no Rio Grande do Sul, foi concedido ao inquilino o prazo de 15 dias para a desocupação do imóvel. Em Minas Gerais, informa o advogado, o Tribunal de Justiça ainda não se manifestou em segunda instância quanto às novas possibilidades de liminares para o despejo em locações urbanas.

Fiador

"Várias decisões em Minas já foram julgadas em primeira instância, mas, para que a jurisprudência possa ser sedimentada, precisamos de decisões proferidas em segunda instância", afirma. Rennó frisa que as decisões são um alento para proprietários que alugaram seus imóveis sem garantias. Ele alerta, no entanto, que a recomendação dos agentes do mercado é, ainda, de que os contratos de locação sejam fechados com a apresentação de fiadores pelo inquilino ou de outras garantias, como um seguro fiança. "Manda a prudência manter as garantias naturais até que o Judiciário se posicione de forma mais madura", aconselha. A Justiça de Minas concede liminares para retomada de imóvel comercial com contrato vencido.

Fonte: Denise Menezes/Estado de Minas/Portal Lugar Certo

Um apoio para comprar imóvel

Foto: Google Imagens

Geude Alves Guimarães Júnior comprou um apartamento na planta em maio de 2006 e só depois de quatro anos conseguiu se mudar. Por indicação de uma colega, ele buscou orientação na Associação Brasileira dos Mutuários de Habitação (ABMH). "Eles me ouviram, me deram todo o apoio e ajuda. Tive que pagar apenas a taxa anual como sócio", ele conta. "Entraram com o processo na Justiça e depois de um ano o apartamento foi entregue. Agora luto na Justiça por uma indenização pelo atraso na entrega das chaves", explicou.
Segundo o diretor da ABMH, Lúcio Delfino, a indenização é um direito do mutuário em caso de atraso. "O comprador pode pedir a rescisão do contrato e devolução de tudo que pagou com correção, ou entrar na Justiça pedindo indenização mensal para cobrir despesas com aluguel e esse valor não pode ser inferior a 1% do preço de mercado do imóvel", destaca Delfino.
O diretor explica que, para causas inferiores a 40 salários mínimos (R$ 20,4 mil), o consumidor pode procurar o Juizado de Relações de Consumo. "É comum acontecer desses valores serem mais altos, pois se o atraso for de 20 meses, por exemplo, vai acumulando; por exemplo, para um imóvel de R$ 80 mil, a construtora teria que pagar R$ 800 por cada mês de atraso", afirma.
Na ABMH, o mutuário recebe orientação gratuita. "Primeiro tentamos um acordo com a construtora, se não funcionar, ingressamos com a ação indenizatória na Justiça e o mutuário só paga no fim do processo, entre 20% e 30% do que receber", explica.
Os pedidos de indenização são comuns em contratos diretos com as construtoras. Segundo Delfino, quando a Caixa Econômica está envolvida, é mais raro, já que o banco se encarrega de fiscalizar as obras. "Mas se acontecer atraso, a Caixa tem responsabilidade também, exatamente porque tem esse compromisso de fiscalizar", destaca.
Segundo Delfino, a maior parte dos pedidos de orientação que a ABMH recebe é sobre financiamentos antigos, que geram saldo residual e, mesmo quando o mutuário acaba de pagar, ainda tem uma dívida. "O certo mesmo é buscar orientações antes de fechar o negócio, buscando todas as informações sobre o imóvel, o vendedor, o contrato, os juros e os documentos necessários; e ABMH oferece essa orientação", alerta.

OAB cria comissão imobiliária

Quem quer comprar ou alugar um imóvel vai ganhar um ponto de apoio para entender os trâmites jurídicos nas transações. Começa a funcionar hoje a Comissão de Direito Imobiliário, criada pela OAB para dar orientações nos negócios imobiliários.
“O objetivo é manter a população bem informada sobre as leis desse mercado que está tão aquecido. Teremos grupos de estudo para discutir temas relevantes como lei do inquilinato, taxas de condomínio, IPTU e faremos palestras abertas à população, para esclarecer esses temas”, destaca o presidente da comissão, Kênio Pereira.
A primeira palestra será sobre condomínio e acontecerá hoje à noite, logo após a posse da diretora da comissão. “O objetivo é incentivar uma postura preventiva nos negócios imobiliários, estimulando o comprador ou locatário a entender bem os contratos para ter mais segurança, por isso é tão importante consultar especialista antes de fechar um contrato, para fugir de armadilhas”, afirma Pereira. (QA)


Fonte: Jornal O Tempo/Divulgação

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Valorização do mercado imobiliário chega a cidades do interior

Foto: Cristina Horta/EM/D.A.Express

O aquecimento do mercado imobiliário, que passou primeiro pelas capitais brasileiras, entre elas Belo Horizonte, já chegou ao interior de Minas. Em algumas regiões do estado, o preço dos imóveis praticamente duplicou de valor de dois anos para cá. É o que ocorre em municípios onde a economia está em ritmo acelerado. Em cada localidade, a expansão imobiliária tem razões diferentes, mas existe algo em comum por trás da pujança desse mercado: a confiança.
O engenheiro mecânico Eduardo Duarte, integrante do Na Real, projeto do Estado de Minas e do Portal Uai que reúne 10 histórias de pessoas que vivem em Belo Horizonte e que traçaram metas econômicas para este ano, percebeu a oportunidade e acaba de comprar um apartamento de dois quartos em Cláudio, no Centro- Oeste do estado, por R$ 70 mil.A decisão marcou uma reviravolta nos planos de Eduardo. Ele planejava comprar um apart-hotel na capital, mas como dependia de vender um imóvel do pai para fechar a transação, o negócio acabou não saindo. “Procurei outro imóvel e acabei optando por comprar um apartamento em Cláudio, no interior de Minas. Lá, a procura por aluguel está crescendo muito.” O apartamento foi comprado na planta e começa a ser construído em outubro. A previsão é que fique pronto em um ano.
Com 25 mil habitantes, o município é um grande polo de fundições e de indústrias metalúrgicas. O movimento na indústria gera empregos e aquece o comércio, fazendo a roda da fortuna girar. “Aqui não tem desemprego. E a chegada de pessoas em busca de trabalho é grande. A procura por imóveis é maior do que a oferta.”, justifica José Roberto Sanches, assessor da prefeitura do município.
Em Governador Valadares, no Vale do Rio Doce, o mercado imobiliário também está a todo vapor, principalmente no que diz respeito aos imóveis de até R$ 150 mil. Mas também há espaço para a alta renda. De março para cá, foram lançados dois empreendimentos no município com unidades com preços a partir de R$ 350 mil. E 80% delas já foram vendidas. As informações são do presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil na cidade, Adair Pereira Barbosa. No Norte de Minas, a situação é parecida. “A demanda aquecida não tem fronteiras”, diz o presidente da Câmara do Mercado Imobiliário e do Sindicato das Empresas do Mercado Imobiliário de Minas Gerais (CMI / Secovi), Ariano Cavalcanti.
Na avaliação dele, para quem quer investir, comprar imóveis no interior é interessante porque a valorização já ocorrida nos grandes centros pode não ter sido totalmente absorvida nas cidades pequenas. "A economia não cresce só num ponto, o crescimento vai irradiando", observa Jorge Luiz de Almeida, diretor do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de Minas Gerais.

Fonte: Zulmira Furbino / Portal Uai


terça-feira, 6 de julho de 2010

Valorização do centro de Belo Horizonte

Foto: Google Imagens

A hipervalorização dos imóveis no centro de Belo Horizonte já levou mais de 1.150 pessoas a formarem uma fila de espera na tentativa de adquirir uma unidade no edifício Tupis, o lendário "Balança Mas Não Cai", construído na década de 1940. O edifício passa por uma requalificação, para ser entregue em 2011. O metro quadrado na região central da capital disparou de menos de R$ 1.000 há três anos para um patamar entre R$ 2.000 a R$ 2.500. A receita: pouca oferta, localização privilegiada, acesso fácil, comércio na porta e facilidades no financiamento.
Há três anos, o diretor da Imov Empreendimentos Imobiliários, Ivan Bontempo, vendeu um apartamento de três quartos na rua Rio de Janeiro, ao lado do shopping Cidade, por R$ 70 mil. "Hoje, ninguém compra um apartamento desses por menos de R$ 200 mil a R$ 220 mil", informou o dono da imobiliária, com 32 anos de mercado. O diretor da construtora Diniz Camargos, Teodomiro Diniz, responsável pela reforma do "Balança Mas Não Cai", diz que só vai colocar preço na ocasião da venda. "É ditado pelo comparativo com outros imóveis, e há pouca oferta no centro. Nos bairros periféricos ao centro, o metro quadrado custa de R$ 4.000 a R$ 4.500", explicou.
Teodomiro Diniz, que também revitalizou o edifício Chiquito Lopes, prédio comercial desativado na rua São Paulo, contou que o "Balança" era um prédio desacreditado. "Na época, uma pessoa da prefeitura falou comigo que eu ousei e não ia conseguir vender, que as pessoas não iam querer morar ali, com toda a lenda de que ele balançava", lembrou.
A rapidez na venda também acompanhou a valorização. "Pode demorar de uma semana a 45 dias. Em termos de velocidade de venda, equiparou-se com zonas nobres da cidade", comparou Ivan Bontempo.
Mas quem está animado a comprar um imóvel no centro deve se preparar para as reformas. Como são prédios, em geral, dos anos 40 e 50, apresentam muitos problemas elétricos e hidráulicos. "A pessoa vai gastar, numa reforma, até R$ 50 mil", avisou Bontempo.
Para o arquiteto Oscar Ferreira, 62, o centro "respira" os anos 40. "São prédios antigos com áreas generosas. Restaurando os imóveis e modernizando as instalações, consegue-se ter muito mais conforto que em outras áreas". O problema mais sério, para o arquiteto, é a falta de garagem - outro defeito de edificações antigas e que contribui para tornar encarecer os condomínios, uma vez que os moradores pagam taxas extras pelo uso de uma das escassas vagas de estacionamento.

Fonte: Helenice Laguardia / O Tempo

segunda-feira, 5 de julho de 2010

IBGE: gastos com compra de imóvel crescem em 7 anos

Foto: Google Imagens

Os gastos mensais das famílias brasileiras com aquisição e reforma de imóveis cresceram em sete anos, enquanto as despesas com tributos ficaram praticamente estáveis, segundo mostra a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF 2008-2009) divulgada no fim de junho pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Enquanto no período 2002-2003, ano a que se refere a POF anterior, a fatia designada para aumento de ativos (aquisição e reforma de imóveis) era de 4,8% do total das despesas das famílias, em 2009 esse porcentual havia subido para 5,8%. A pesquisa mostra, entretanto, uma significativa mudança nas prioridades de despesas familiares desde 1975. Naquele período, as famílias designavam 16,5% das suas despesas para aquisição e reforma de imóveis. Esses gastos são contabilizados na pesquisa como "aumento do ativo", enquanto as despesas com alimentação, habitação, aquisição de veículos e outros entram no quesito despesas de consumo. Os tributos entram no grupo de outras despesas. O pagamento de dívidas é contabilizado como diminuição do passivo.
O gerente da POF, Edilson Nascimento Silva, disse que a queda dos gastos com o aumento de ativo da década de 70 para cá está "provavelmente" relacionada ao forte aumento na disponibilidade de serviços para as famílias desde a década de 70. "Houve muitas mudanças de ofertas de serviços, como disponibilidade de telefonia, celular, Internet, TV a cabo", exemplificou. A POF mostra também que as famílias que vivem na área rural do país têm menos despesas com tributos do que as famílias urbanas, mas os gastos com tributos estão crescendo no campo nos últimos anos. Do total de despesas das famílias rurais, 5,4% eram direcionados para impostos e pagamentos de contribuições trabalhistas em 2009, enquanto na área urbana esse porcentual era de 11,3% (em 2003, era de 11,4%). No entanto, com a formalização do trabalho no campo, as despesas com tributos das famílias rurais aumentaram em sete anos, já que somavam 4,4% do total de despesas em 2003.
De qualquer modo, a pesquisa do IBGE mostra um forte aumento das despesas com tributos e contribuições, nas áreas urbana e rural, entre 1975 e 2009, passando respectivamente, no caso urbano, de 4,7% para 11,3% e, no rural, de 2,4% para 5,4%. No total da pesquisa, incluindo área urbana e rural, as despesas com impostos ficaram inalteradas em 10,9% entre 2003 e 2009, e eram de 5,3% em 1975.
No que diz respeito aos gastos com pagamento de dívidas, totalizavam 2,0% das despesas familiares em 2003, passando para 2,1% em 2009, fatia inferior aos 3,6% de 1975. A coordenadora de trabalho e rendimento do IBGE, Marcia Quintslr, disse que a composição das despesas na POF mostra "evidências" de aumento do rendimento das famílias nos últimos sete anos. "Não há valores, a pesquisa não traz isso, mas há evidências", disse.
A Pesquisa de Orçamentos Familiares tem como objetivo mensurar as estruturas de consumo, dos gastos, dos rendimentos e parte da variação patrimonial das famílias brasileiras. Para a pesquisa divulgada foram entrevistadas 55.970 famílias, entre maio de 2008 e maio de 2009. Os pesos dos produtos no cálculo do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), também apurado pelo IBGE, são definidos a partir da POF. Pesquisas similares haviam sido realizadas pelo instituto em 1975 e em 2003.

Fonte: Agência Estado/Divulgação