sábado, 31 de julho de 2010

Imóvel só acima de R$ 100 mil

Foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A.Press

Má notícia para o interessado em comprar imóvel novo de até R$ 100 mil em Belo Horizonte: as opções são raras. O elevado preço do terreno na capital e a demora da prefeitura em aprovar os projetos desanima o empresariado, que prefere investir em outros estados. O resultado é que o estoque está praticamente zerado na capital. A opção para o comprador são as outras cidades da Região Metropolitana de Belo Horizonte, que já sentem o aquecimento da demanda de moradores da capital.
"Eu não tenho nenhum imóvel em estoque, vendi tudo. O dono do terreno aqui em Belo Horizonte está cobrando preço elevado demais. Parece até que tem uma mina de ouro enterrada", brinca André de Sousa Lima Campos, vice-presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil de Minas Gerais (Sinduscon-MG) e diretor da vice-presidente da Emccamp. A construtora é focada na baixa renda, com unidades com valor de R$ 80 a R$ 130 mil.
Em ano de recorde histórico de vendas da MRV Engenharia, o diretor-presidente Rubens Menin assume a escassez de unidades para a venda em Belo Horizonte. "Falta imóvel, o terreno está muito caro. A oferta está menor do que a demanda", diz. No segundo trimestre deste ano, a velocidade de vendas da construtora foi de 37%. Isso significa que a cada 1.000 apartamentos colocados no mercado, foram comercializados 370. "É um índice muito alto. Há pouco tempo, era de 10%", afirma Menim.

Terrenos

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A Emccamp só deve voltar a lançar unidades na capital no fim deste ano. "Além de o terreno estar caro, a aprovação de projetos na prefeitura está muito lenta", afirma Campos. Enquanto as obras estão paralisadas na capital, a construtora produz cerca de 8 mil unidades em São Paulo e Rio de Janeiro. "Nesses estados, a oferta de terreno está melhor do que aqui", diz.
No mês passado, os imóveis de até R$ 130 mil em Belo Horizonte e R$ 100 mil na Região Metropolitana, que têm os subsídios do programa Minha casa, minha vida, foram os mais disputados no feirão da casa própria da Caixa Econômica Federal, no Expominas. Mas essas unidades foram também as primeiras a sumir das prateleiras.
O casal Rúbia Ferreira e Ricardo Maria mora no Bairro Céu Azul com o filho Samuel no lote do pai de Ricardo. Eles estão atrás de um imóvel de até R$ 100 mil para comprar, mas estão com dificuldades em encontrar. "Só achamos unidades com valor entre R$ 130 mil e R$ 200 mil, mas a entrada exigida é muito alta. Além disso, a liberação do crédito é muito difícil", afirma Ricardo Maria.
Se a situação é ruim para quem tem interesse em comprar imóvel direto com as construtoras, é pior ainda para aqueles com renda de até três salários mínimos (R$ 1,5 mil), que dependem do subsídio maior do governo para ter acesso à casa própria. Nenhum projeto ainda foi aprovado para as obras dentro dessa faixa de renda. As construtoras alegam que é impossível viabilizar as obras sem que os valores fiquem próximos dos desembolsos autorizados para o Rio de Janeiro e São Paulo, de R$ 51 mil e R$ 52 mil, respectivamente.
A construtora mineira Modelo, especializada em imóveis para a baixa renda, não aprovou nenhum projeto dentro do programa em Belo Horizonte. Mas, no Rio de Janeiro e São Paulo, está com cerca de 5,5 mil unidades em fase final de aprovação. O diretor da construtora, Fábio Nogueira, alega que não é viável a construção de moradias nem mesmo se a prefeitura doar os terrenos. "O custo da construção vem crescendo muito. A conta não fecha", diz.

Fonte: Portal Lugar Certo/Divulgação

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