terça-feira, 6 de julho de 2010

Valorização do centro de Belo Horizonte

Foto: Google Imagens

A hipervalorização dos imóveis no centro de Belo Horizonte já levou mais de 1.150 pessoas a formarem uma fila de espera na tentativa de adquirir uma unidade no edifício Tupis, o lendário "Balança Mas Não Cai", construído na década de 1940. O edifício passa por uma requalificação, para ser entregue em 2011. O metro quadrado na região central da capital disparou de menos de R$ 1.000 há três anos para um patamar entre R$ 2.000 a R$ 2.500. A receita: pouca oferta, localização privilegiada, acesso fácil, comércio na porta e facilidades no financiamento.
Há três anos, o diretor da Imov Empreendimentos Imobiliários, Ivan Bontempo, vendeu um apartamento de três quartos na rua Rio de Janeiro, ao lado do shopping Cidade, por R$ 70 mil. "Hoje, ninguém compra um apartamento desses por menos de R$ 200 mil a R$ 220 mil", informou o dono da imobiliária, com 32 anos de mercado. O diretor da construtora Diniz Camargos, Teodomiro Diniz, responsável pela reforma do "Balança Mas Não Cai", diz que só vai colocar preço na ocasião da venda. "É ditado pelo comparativo com outros imóveis, e há pouca oferta no centro. Nos bairros periféricos ao centro, o metro quadrado custa de R$ 4.000 a R$ 4.500", explicou.
Teodomiro Diniz, que também revitalizou o edifício Chiquito Lopes, prédio comercial desativado na rua São Paulo, contou que o "Balança" era um prédio desacreditado. "Na época, uma pessoa da prefeitura falou comigo que eu ousei e não ia conseguir vender, que as pessoas não iam querer morar ali, com toda a lenda de que ele balançava", lembrou.
A rapidez na venda também acompanhou a valorização. "Pode demorar de uma semana a 45 dias. Em termos de velocidade de venda, equiparou-se com zonas nobres da cidade", comparou Ivan Bontempo.
Mas quem está animado a comprar um imóvel no centro deve se preparar para as reformas. Como são prédios, em geral, dos anos 40 e 50, apresentam muitos problemas elétricos e hidráulicos. "A pessoa vai gastar, numa reforma, até R$ 50 mil", avisou Bontempo.
Para o arquiteto Oscar Ferreira, 62, o centro "respira" os anos 40. "São prédios antigos com áreas generosas. Restaurando os imóveis e modernizando as instalações, consegue-se ter muito mais conforto que em outras áreas". O problema mais sério, para o arquiteto, é a falta de garagem - outro defeito de edificações antigas e que contribui para tornar encarecer os condomínios, uma vez que os moradores pagam taxas extras pelo uso de uma das escassas vagas de estacionamento.

Fonte: Helenice Laguardia / O Tempo

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